Pedro Amatuzzi/ TodoDia Imagem |
Antonio Jorge da Silva, que parou de fumar após 40 anos de dependência |
O aumento na demanda foi sentido nos grupos municipais de combate ao fumo em Nova Odessa, Americana, Campinas, Hortolândia, Sumaré e Jaguariúna. Nesta última cidade, a procura saltou cerca de 50% depois de agosto, quando entrou em vigor a lei, segundo a coordenadora do Programa Municipal do Controle de Tabagismo, Catarina Bezerra de Oliveira. Nas outras cidades, o aumento médio ficou em 30%.
A procura criou lista de espera em Sumaré. Até o início deste ano, a fila era de um ano. A prefeitura, então, reduziu a duração do tratamento de três meses para 30 dias, o que encurtou o tempo de espera para um mês. Em Jaguariúna, são 35 pessoas na fila. Paulínia, que não sentiu um aumento imediato com a validação da lei antifumo, também registra espera de um mês. Em Campinas, o tempo varia de acordo com a região do interessado em largar o cigarro.
As novas regras para o fumo em locais públicos também contribuíram para a criação de programas para tirar fumantes do vício em cidades que não tinham o serviço na rede municipal. Santo Antônio de Posse começou a oferecer a ajuda em datas próximas à chegada da lei. Valinhos e Santa Bárbara d’Oeste estudam criar os programas neste ano. Em Monte Mor, o programa está parado porque o médico responsável deixou o emprego. Em Pedreira, o tema é abordado em outros grupos de saúde.
Os moradores de Vinhedo, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho e Holambra que tentarem largar o cigarro terão de procurar ajuda particular. Nas cidades não há programas voltadas aos tabagistas que querem abandonar o vício, e o governo do Estado só oferece ajuda na Capital.
A necessidade de uma capacitação específica e de uma equipe diversificada dificultam a expansão do programa para as unidades de saúde das cidades.
Em Sumaré, os grupos se concentram em três unidades: a de Nova Veneza, do Jardim De Nadai e a do Vila Yolanda. “Precisamos ampliar muito (o programa). A gente não está atendendo prontamente a demanda que tem”, afirma a coordenadora do Programa Municipal do Controle de Tabagismo.
Segundo Catarina, a previsão de dobrar o número de unidades com o programa esbarra na agenda de capacitação da Secretaria de Estado da Saúde, que precisa treinar os agentes. Americana não conseguiu levar o programa para outras unidades por conta do alto número de profissionais exigidos na equipe. “Descentralização depende mais de recursos humanos”, garante o coordenador do Programa Livre do Tabaco, Milton Santiago.
LIVRE DO CIGARRO
O agente de saúde Antônio Jorge da Silva, 53, é um dos que conseguiram largar o cigarro por meio do programa antitabagismo de Americana. “Me sinto melhor agora. Consigo sentir sabores e cheiros que não sentia há muito tempo”, comemora Silva, que fumava havia 40 anos.
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