segunda-feira, 16 de abril de 2012

Cristo, Marx, Nietzsche e um pouco de Allan Kardec

Certo dia iniciei um breve artigo destacando pontos análogos entre o cristianismo e o marxismo, apontando que Cristo foi um percursor daquilo que mais tarde seria consolidado filosoficamente por Karl Marx: o comunismo. Achei que meu artigo poderia render-me o título de herege ou mesmo a excomunhão da Igreja (sim, sou de criação católica!), de modo que optei por não levá-lo adiante, mesmo concluindo que Jesus Cristo foi um dos primeiros “camaradas” da História, afinal, dividir peixes e pães entre as multidões, aconselhar ricos a se desfazerem de suas fortunas em prol dos pobres é algo tipicamente “vermelho”, apesar do Messias nunca ter feito menção explícita a mais-valia!



Por prudência (ou medo da neo inquisição) e por ser adepto, hoje, do Espiritismo, percebi que para compreender plenamente a doutrina codificada por Allan Kardec, eu precisaria aprofundar-me nos estudos sobre o materialismo, não apenas o dialético e histórico de Marx e Engels, mas também as críticas complementares de Friedrich Wilhelm Nietzsche, que colocava em cheque as religiões do mundo, pregando o ateísmo instintivo.



O fato é que depois de dois anos estudando Nietzsche surtei, tendo quase o mesmo fim terreno que ele: o desencarne precedido de uma longa estadia no manicômio. A filosofia de Nietzsche, apesar de demasiadamente fundamentada e rica do ponto de vista intelectual, renega ao homem a possibilidade de ser, simultaneamente, feliz e crer em um Ser Supremo.



Percebi, ainda, que Nietzsche passou parte de sua vida buscando fundamentos empíricos, sem muito sucesso, para corroborar sua tese sobre a não existência de Deus. Ora, aquilo que não existe, precisaria ser provado caso realmente inexistisse? Paradoxal e insano! Talvez sua famosa frase: “quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”, seria uma frustrada camuflagem onde a palavra “abismo” pudesse ser substituída por “Deus”. Enquanto Nietzsche buscava argumentos negativos em relação à Divindade, em sua longa olhada ao abismo, a Divindade o espreitava, provando sua existência!



Kardec não afirmou e nem negou nada (ao menos com esse pseudônimo, já que seu nome verdeiro era Hippolyte Léon Denizard Rivail) apenas transcreveu aquilo recebido de uma dimensão não material. Farsa ou verdade, a doutrina espírita tem contribuído para melhorar o mundo e pessoas, reconfortando-as em momentos difíceis, ao contrário do aforismo de Nietzsche, que apesar de lógico, o levou à insanidade.

Wellington Zigarti

4 comentários:

As Muitas Vidas ... disse...

Revelando as Religiões
As religiões são apenas superstições mais elaboradas. Mais elaboradas porque ao longo de sua formação seus criadores foram incorporando seus rituais, suas narrativas, primeiro orais, depois escritas, forjaram seus livros, sua doutrina, teologia, sua literatura, etc. As crenças foram perpetuadas através da doutrinação, repetição, usos, costumes e tradições.
Os livros sagrados de todos os credos são coleções de fábulas, mitologias, lendas e fragmentos de culturas antigas. A prova de que esses livros são mitologias está em seu próprio conteúdo fabulesco. Eram narrativas sujeitas àquela regra: quem conta um conto lhe acrescenta um ponto. Mais as supressões, adições, reinterpretações e recriações que esses textos foram recebendo. Não houve nenhuma revelação.
O Deus é um ser da mesma natureza dos deuses, semideuses, divindades, fetiches, xamãs, toténs, etc, etc, e todos são criações humanas. Todos os salvadores, messias, profetas e pregadores são os precursores dos atuais exploradores de nossa credulidade. Ainda assim, afastar de nossas mentes o Deus herdado desde o colo da mãe é uma tarefa impossível para muitos.
O conceito de espírito ou alma surgiu quando o homem primitivo começou a interpretar o sonho como uma entidade que habitava nosso interior. Surgiu então o animismo, de alma ou espírito, entes imaginários, pois o que temos de imaterial é a nossa consciência, o pensamento, a imaginação, a mente, mas gerados por nossa própria condição biológica.
A ética (ou a moral) independe de qualquer fundamento teológico, já que ela resulta da própria necessidade da convivência harmônica dos homens. O grande balizador da ética é a regra de ouro – Não fazer aos demais aquilo que não gostaria que lhe fizessem – e que vem desde os escritos antigos e repetida inclusive nos Evangelhos.
A existência do Universo. Por que existe Algo ao invés do Nada? Sabe-se que o Algo não pode vir do Nada, e isto leva a uma síntese inarredável: o Universo é eterno e existe por suas próprias contingências imanentes. E nós existimos porque o arranjo cosmológico aleatoriamente estabelecido permitiu que na Terra moléculas pré-biológicas se tornassem biológicas, e evoluíram.
Todo o mundo sobrenatural ou transcendente que imaginamos é resultante de nossos medos, fragilidades, compulsões, nosso autoengano e de nossa inconformidade com a finitude da vida.
Assis Utsch (autor de o Garoto Que Queria Ser Deus)

As Muitas Vidas ... disse...

1. Deus. Para um ateu Deus é um conceito. A suposta Divindade não é um ser real, mas apenas ideal, já que só existe no plano das ideias. As divindades foram criadas pelo homem desde o primeiro momento em que adquirimos consciência de nossos tormentos: a morte, os perigos, nossas angústias, etc. A partir daquele instante precisamos de uma Proteção e buscamos uma Divindade que nos resguardasse. Nossos primeiros protetores eram os fetiches, totens, xamãs, etc, etc. Depois essas entidades foram se transformando em deuses e finalmente no Deus único. (Algumas sociedades ainda mantêm o politeísmo)
Assis Utsch (autor de O Garoto Que Queria Ser Deus)

As Muitas Vidas ... disse...

O Cristianismo é Comunista e os Cristãos Não Sabem
Com alguma exceção em seu interior, a Igreja sempre abominou o comunismo. Um movimento à parte é a Teologia da Libertação, que é socialista. Tirante essas facções, a Igreja repudia o comunismo, sem perceber entretanto que o cristianismo é socialista, conforme centenas de versículos dos Evangelhos.
Quando, por exemplo, o Novo Testamento manda que o fiel venda tudo que tenha e que dê o dinheiro aos pobres, está-se estabelecendo uma norma comunista (Mateus, 19.21); quando ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía, tem-se outra regra comunista (Atos, 4.32); da mesma forma, quando se manda o possuidor de duas túnicas dar uma a quem não tenha, outro princípio comunista se instala (Lucas, 3.11). Ao vedar o reino dos céus aos ricos, um mandamento anticapitalista é anunciado (Mateus, 19.24); quando os comerciantes são expulsos do templo, está-se criando uma hostilidade aos principais agentes da riqueza (Mateus, 21.12); quando as mesas dos cambistas são derribadas, tem-se o início do ódio aos banqueiros, aos grandes corretores, grandes financistas (Mateus, 21.12); quando se consideram as riquezas a raiz de todos os males, os ressentimentos contra os ricos se exacerbam mais uma vez (1Timóteo, 6.10); quando se manda contentar-se com o que se tem, outro apelo anticapitalista se estabelece (Hebreus, 13.5).
Bem, não há necessidade de continuar citando outros trechos do Novo Testamento para se descobrir seu comunismo. Todavia, a partir da Reforma os protestantes então reformados perderam esse viés socialista-comunista e passaram a valorizar a iniciativa individual. O protestante não tem então o sentimento de culpa diante das riquezas, e passou a celebrá-la, eis que sua prosperidade agora seria resultado das bênçãos de Deus sobre seu trabalho; enquanto a pobreza passou a ser o sinal da danação. Já o católico continuou celebrando e festejando a pobreza – uma espécie de passaporte para o céu – ainda que dissimuladamente a riqueza lhe seja bem vinda.
Assis Utsch, autor de O Brasil e os Brasileiros.

As Muitas Vidas ... disse...

O Cristianismo é Comunista e os Cristãos Não Sabem

Com alguma exceção em seu interior, a Igreja sempre abominou o comunismo. Um movimento à parte é a Teologia da Libertação, que é socialista. Tirante essas facções, a Igreja repudia o comunismo, sem perceber entretanto que o cristianismo é socialista, conforme centenas de versículos dos Evangelhos.
Quando, por exemplo, o Novo Testamento manda que o fiel venda tudo que tenha e que dê o dinheiro aos pobres, está-se estabelecendo uma norma comunista (Mateus, 19.21); quando ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía, tem-se outra regra comunista (Atos, 4.32); da mesma forma, quando se manda o possuidor de duas túnicas dar uma a quem não tenha, outro princípio comunista se instala (Lucas, 3.11). Ao vedar o reino dos céus aos ricos, um mandamento anticapitalista é anunciado (Mateus, 19.24); quando os comerciantes são expulsos do templo, está-se criando uma hostilidade aos principais agentes da riqueza (Mateus, 21.12); quando as mesas dos cambistas são derribadas, tem-se o início do ódio aos banqueiros, aos grandes corretores, grandes financistas (Mateus, 21.12); quando se consideram as riquezas a raiz de todos os males, os ressentimentos contra os ricos se exacerbam mais uma vez (1Timóteo, 6.10); quando se manda contentar-se com o que se tem, outro apelo anticapitalista se estabelece (Hebreus, 13.5).
Bem, não há necessidade de continuar citando outros trechos do Novo Testamento para se descobrir seu comunismo. Todavia, a partir da Reforma os protestantes então reformados perderam esse viés socialista-comunista e passaram a valorizar a iniciativa individual. O protestante não tem então o sentimento de culpa diante das riquezas, e passou a celebrá-la, eis que sua prosperidade agora seria resultado das bênçãos de Deus sobre seu trabalho; enquanto a pobreza passou a ser o sinal da danação. Já o católico continuou celebrando e festejando a pobreza – uma espécie de passaporte para o céu – ainda que dissimuladamente a riqueza lhe seja bem vinda.
Assis Utsch, autor de O Brasil e os Brasileiros