sábado, 15 de dezembro de 2012

MP revela que Diego recebeu R$ 100 mil propina

Investigação, conduzida pelo Gaeco, interceptou escutas telefônicas em que os agentes públicos fizeram a negociação O prefeito de Americana, Diego De Nadai (PSDB), e o secretário de Saúde, Fabrizio Bordon, são acusados pelo MP (Ministério Público) de ter recebido R$ 100 mil de propina do Grupo SAS (Sistema de Assistência Social e Saúde). Prefeito Diego De Nadai, durante diplomação ontem, no Fórum; o dia não foi muito agradável João Carlos Nascimento / O Liberal A investigação, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), interceptou escutas telefônicas em que os agentes públicos de Americana teriam negociado o desvio do dinheiro público que deveria ter sido aplicado na administração da Rede Nossos PAIs (Programa de Atendimento Imediato), administrada pelo Instituto SAS. A suspeita do Gaeco é que a quadrilha, chefiada por Fábio Berti Carone, desviava 10% de cada contrato firmado com os municípios atendidos. Em Americana, o contrato é de R$ 75 milhões. A Operação Atenas, deflagrada no início da semana pelo Gaeco - Núcleo de Sorocaba na cidade de Itapetininga, identificou que as irregularidades de desvio de dinheiro público se replicavam nos demais municípios que mantêm contratos com o Grupo SAS, entre eles Americana. Em Itapetininga, foram cumpridos mandados de prisão e de apreensão de documentos nesta semana. Na avaliação do Ministério Público, após a elaboração do relatório que contém as escutas telefônicas, é possível dizer que a situação mais grave ocorreu em Americana, entre as cidades investigadas. O LIBERAL apurou que as escutas desenvolvidas pelo Gaeco apontam encontros entre agentes públicos de Americana, inclusive o prefeito Diego De Nadai, com integrantes da quadrilha. O próprio prefeito admitiu ontem ter se reunido com o chefe do esquema, Fábio Berti Carone, que foi preso pela Operação Atenas. Os encontros teriam ocorrido em um café em um shopping center de São Paulo e também em hotéis de Americana e da capital. Nas escutas telefônicas, também foi possível identificar reclamações dos envolvidos em relação às investigações promovidas pelo LIBERAL sobre o contrato e o serviço prestado pela organização social. CORRUPÇÃO. De acordo com o promotor de Justiça do Gaeco, Luiz Fernando Guinsberg Pinto, dois integrantes da quadrilha presos, Johnny Kleber da Silva e Carlos Maurício Maccari já revelaram que o dinheiro público do contrato entre a Prefeitura de Americana e o Instituto SAS alimentou o esquema de corrupção. "O Fábio (chefe do esquema) tinha uma grande articulação política e inseria as empresas dele nos contratos com os municípios", explicou. "Qualquer compra era superfaturada e geralmente 10% eram divididos para os integrantes da quadrilha. Também há fortes indícios de envolvimento de agentes públicos". O Gaeco de Sorocaba não tem competência para investigar os eventuais crimes praticados em Americana. Por isso, o relatório preliminar será encaminhado para o Ministério Público local. Já as suspeitas sobre a conduta do prefeito foram encaminhadas ontem para a PGJ (Procuradoria Geral de Justiça), tendo em vista que Diego tem foro privilegiado.

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