sexta-feira, 8 de março de 2013

Ensino fundamental piora em SP Saresp de 2012 revela redução das notas de português e matemática nos anos finais; ensino médio teve melhora nas duas disciplinas

Paulo Saldaña e Davi Lira, de O Estado de S. Paulo O ensino básico da rede estadual de São Paulo registrou melhora no ensino médio, mas piorou nos anos finais do fundamental (de 6.º ao 9.º ano). Dados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) divulgados na noite desta sexta-feira, 8, mostram ainda bons resultados no 5.º ano. As notas se referem ao desempenho do 5.º e do 9.º ano do ensino fundamental e do 3.º do médio em matemática e língua portuguesa da edição de 2012 do Saresp – avaliação anual da rede. A Secretaria de Educação também calcula um índice, o Idesp, que leva em conta as taxas de reprovação e abandono. A situação mais grave está nos anos finais do ensino fundamental, em que o Idesp teve queda e passou de 2,57 para 2,50. Os dados mostram piora no desempenho nas duas disciplinas. Foi apenas nesse ciclo que as notas de língua portuguesa regrediram. Em 2011, a média era de 229,6 na disciplina. Em 2012, passou para 227,8. O índice mostra uma tendência de queda desde 2009, quando a nota em língua portuguesa era de 236 no 9.º ano. Caiu o porcentual de alunos com níveis considerados adequado nessa disciplina (de 15,2% para 14%) e avançado (de 1,8% para 1,6%). Já o porcentual de alunos com nível de proficiência abaixo do básico aumentou: foi de 28% para 28,5%. Em matemática, os alunos da rede estadual tiveram nota 245,2 em 2011. Já no Saresp de 2012, a nota ficou em 242,3. Na escala de proficiência, a situação é ainda pior: o porcentual de estudantes com nível abaixo do básico saltou de 33,8% para 36,6%. A quantidade de quem sabe o básico na disciplina também diminuiu no 9.º ano: passou de 55,9% para 53,2. Somente 9,1% sabem o adequado para a série (em 2011 eram 9,2) e 1% estão avançados – mesma realidade do ano anterior. O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que os resultados nos anos finais refletem um problema conhecido pelos gestores educacionais. “Precisamos focar nas questões estruturais como formação continuada dos professores e gestão escolar mais participativa que inclua a família da escola.” Segundo a diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, há um problema estrutural no fim do fundamental. “Essa fase continua sendo um nó invisível da educação básica. A transição para o ciclo 2 tem problemas, aumenta a repetência”, diz.

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