sábado, 6 de julho de 2013

0 MICO NA AUDIÊNCIA CIVIL

Toda confiança na minha suposta evolução como advogada caiu por terra essa semana. Explico melhor... Houve uma emergência aqui no escritório, e eu fui destacada para fazer uma audiência civil no lugar do meu colega. Dei uma rápida lida no processo. A matéria que estava sendo discutida não era o problema, a questão toda é que eu não sabia como me comportar, se em algum momento eu deveria gritar “PELA ORDEM EXECELÊNCIA” (eu adoraria ter que dizer isso, desde que fosse no momento certo). Cheguei na hora combinada, conversei com a cliente, acalmei as testemunhas, pedindo que elas apenas falassem a verdade, que não criassem fatos, sob pena de serem presas e tal. Deixei todo mundo calmo, só esqueci de fazer o mesmo comigo. Meu corpo inteiro tremia. Tremia porque a fama dessa juíza era de carrasca, tremia porque eu nunca havia feito audiência civil. Tremia porque eu sou uma novata juvenil do mundo jurídico. Quando a escrevente chamou as partes, fui lá, me apresentei como advogada da autora, e ela num gesto nobre não pediu a minha certidão. Apenas perguntou o número da OAB, perguntou se eu estava com o substabelecimento de procuração, respondi que não, ela percebendo a minha tremedeira e inexperiência, perguntou seu gostaria de pedir prazo de cinco dias para a juntada. Embora eu soubesse que deveria pedir, ela foi um anjo. Estupidamente entrei primeiro na sala de audiência, e o que eu fiz? ME SENTEI DO LADO ERRADO! (Eu tenho um sério problema com esquerda e direita). De repente eu só ouço a juíza dizendo “Doutora, a senhora senta desse lado” . Eu juro que nessa hora eu queria morrer, ressuscitar, e morrer de novo. Puta mico! Pronto, toda a minha credibilidade foi-se embora, juntamente, com a minha confiança. A juíza ia me massacrar. Na hora a única coisa que eu pensava EU ME F... Respirei, e sentei onde era pra sentar. A audiência prosseguiu. Em certo momento, a testemunha fez uma colocação inoportuna, uma espécie de “você sabe com quem está falando?” A juíza rapidamente deu uma “alfinetada” marota na testemunha. Espontaneamente ri da piada/alfinetada/patada da juíza em cima da testemunha. Claro que não soltei um RÁRÁRÁ ... eu sorri apenas e olhei para ela. Acho que nessa hora a juíza simpatizou comigo. Ela até piscou pra mim. Inacreditável! A juíza com fama de destruidora carrasca foi simpática comigo, sorriu e até piscou numa espécie de “cumplicidade”. Após ouvidas as testemunhas, restou um silêncio sepulcral. Eu não sabia se me levantava, se me despedia dos presentes com beijo no rosto e mandava lembranças à família, se procurava um saco pra eu respirar dentro e não vomitar no carpete da Eme Eme. Eu tava desesperada. A escrevente-anja me deu mais uma dica de que eu deveria aguardar. Ela foi uma fofa. Ao sair da sala de audiência, a cliente disse “se eu ficasse lá mais 1 minuto eu infartava”. Quase gritei TAMO JUNTA NO INFARTO COLEGA. Me contive , e respondi que não era preciso, afinal, tudo havia corrido muito bem, e que eu a entendia, audiências causam nervosismo até mesmo em advogados. Mal sabe a coitada que eu tava quase desmaiando. Lição do dia: Se você é uma besta não sabe onde se sentar, não entre primeiro na sala de audiência! WWW.

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