Pastor ganha R$ 293 por minuto por uma palestra Na Semana da Educação de Americana, pastor falou por 15 minutos e disse não estar à vontade para apresentar seu tema

O pastor Levi Correa de Araujo, ligado à 1ª Igreja Batista de Santo André, recebeu R$ 293,30 dos cofres públicos por cada minuto de palestra ministrada na 25ª Semana da Educação de Americana, encerrada ontem. Ele ganhou R$ 22 mil da Prefeitura por 1h15 em dois dias. Ontem, ele deixou professores revoltados ao falar por apenas 15 minutos. Araujo já havia palestrado por uma hora na quarta-feira. Questionada, a Prefeitura de Americana não se manifestou. O pastor não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto. Segundo professores que participaram do encerramento do ciclo de palestras na manhã de ontem, o palestrante subiu ao palco, disse algumas palavras e minutos depois se despediu sob alegação de que não estava à vontade para apresentar sua palestra uma vez que parte dos professores havia questionado a orientação religiosa da semana. "Ele simplesmente recebeu um dinheirão para ministrar a palestra, falou por apenas 15 minutos, disse que não estava à vontade e foi embora. Isso é um absurdo", afirmou um professor da rede municipal, que pediu anonimato. Outro docente, que também não se identificou, explicou que na quarta-feira, quando falou por cerca de uma hora, em diversos momentos o pastor não mostrou algumas imagens no slide com conotação religiosa apresentadas em um telão, o que acelerou sua fala. "Ele estava incomodado, passou por algumas imagens rapidamente sob a alegação de que não eram importantes. Pudemos notar que se tratavam de algo com conotação religiosa", disse. A reportagem tentou contato com o pastor ontem, mas não conseguiu localizá-lo. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Americana e Nova Odessa promete recorrer ao MP (Ministério Público) e TCE (Tribunal de Contas do Estado) caso não obtenha respostas da Prefeitura de Americana em relação à conotação religiosa da semana. A Administração Municipal gastou R$ 131 mil dos cofres públicos para pagar seis palestrantes que participaram do encontro, que começou na segunda-feira e terminou ontem. Segundo educadores, três deles são pastores evangélicos ligados ao secretário de Educação, Luciano Corrêa. A pasta nega favorecimento religioso e informou que os palestrantes foram escolhidos em função de suas formações acadêmicas. Anderson Barbosa