quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Saúde de Americana na UTI, por Evandro Santos

Durante anos, Americana foi considerada cidade referência em atendimento médico, com estrutura invejável, que incluia dois hospitais, quatro prontos-socorros, duas dezenas de UBS e a Policlínica. O atendimento médico no município era procurado por moradores de diversas cidades da região, de outras localidades e até mesmo de outros estados.

Mas tudo isso é passado. O que assistimos hoje é o inverso do que ocorria em tempos atrás. A saúde no município agoniza e se encontra, literalmente, na UTI.

O que assistimos, diariamente, ao vivo e por meio da imprensa, nos deixa ainda mais preocupados e perplexos. O único jornal da cidade que tem coragem de mostrar a verdade noticia fraudes em internações, maus-tratos a idosos e pacientes sendo atendidos em corredores do Hospital Municipal.

As duas noticias mais recentes foram sobre um trabalhador que deu entrada no Hospital Municipal com um quadro de desidratação e diarreia e saiu de lá morto, após ter sofrido “queda da maca”. Na mesma página este conceituado jornal noticia a situação precária que funcionários e clientes são submetidos na UBS do bairro Antônio Zanaga.

Na mesma edição, O Liberal trás na página 8, a informação que o “Parlamento Metropolitano” repudia a terceirização na gestão da saúde com a criação das OS’s (Organizações Sociais).

Fiquei muito feliz com a informação, pois esse tipo de gestão atenta contra os princípios fundamentais do SUS (Sistema Único de Saúde).

As OS’s vão contra uma das principais diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde) que consta no seu artigo 7º, inciso VIII, que diz respeito à participação da comunidade, sem mencionar que o trabalhador será contratado sem concurso público e sem estabilidade.

Pois bem, para nossa surpresa, na edição do último dia 4 de maio o jornal O Liberal informou que o prefeito Diego De Nadai, do PSDB, contratou a SPMD (Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina) para gerir parte das unidades de saúde de Americana. Esta associação irá contratar 260 profissionais da saúde, com salários que variam entre R$ 936,90 e R$ 12 mil.

A pergunta que não quer calar é a seguinte: há pouco foi realizado concurso público para as mesmas funções que a tal associação irá contratar. Como ficam essas pessoas que estão na fila, esperando pela contratação?

O recurso que será usado para pagamento dessas OS’s é o da saúde. Por que então não contratar os concursados? O prefeito Diego De Nadai, do PSDB, recentemente criou e está pressionando os servidores a aderirem ao Regime Estatutário ao invés da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Só que as OS’s vão contratar em regime de CLT. Como explicar dois regimes na saúde e a diferença salarial para profissionais que exercem a mesma função?

Uma coisa fica clara: a administração do prefeito Diego De Nadai, do PSDB, está terceirizando a saúde porque não tem capacidade para gerenciar e administrar o sistema do município.


Evandro Rogerio Santos

Estudante de Enfermagem e Assessor Parlamentar

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