e essa rua fosse minha...

O fato de algumas empresas enfrentarem dificuldades financeiras é algo considerado normal, pois afinal se a situação está boa hoje poderá não ser a mesma amanhã ou depois. A Neotêxtil Indústria, Comércio, Importação e Exportação propõe a venda de 36 teares para pagar os direitos trabalhistas de 100 empregados demitidos no ano passado. O detalhe é que a indústria ganhou ruas da Administração Municipal em um passado não muito distante em troca de sua ampliação na cidade. E agora? O projeto sobre a doação de ruas à empresa foi cercado de muita polêmica. Diversas pessoas compareceram à sessão da Câmara que aprovou a proposta do Executivo. Afinal, o prefeito tem maioria e tudo o que ele pede os vereadores dizem amém. De um lado, apareceram na sessão alguns moradores do bairro descontentes com a iniciativa, pois entendiam que a Prefeitura não poderia ceder um espaço público para a Neotêxtil, embora ela teria de realizar algumas melhorias na região em troca do benefício. Do outro lado, estiveram nas dependências do Legislativo os próprios funcionários para defender seus empregos. Pena que isso não durou muito tempo e agora os pobres coitados ficaram na rua da amargura, ou seria da empresa já que ela ganhou o espaço da Prefeitura. O detalhe é que depois deste episódio outros projetos estavam em tramitação na Prefeitura para que mais empresas ganhassem as ruas em troca de ampliação, desenvolvimento, mais receita, mais emprego e outras coisas do gênero. Imaginem se isso acontece e as indústrias também abrissem falência como a Neotêxtil. As ruas também ficariam 'literalmente quebradas'. A meta é vender agora 36 teares para pagar a rescisão contratual dos demitidos. As ruas recebidas não poderão ser vendidas e nem devolvidas. Na verdade elas beneficiaram a empresa neste período e prejudicaram de forma direta a população do bairro. Sem aqui querer colocar a culpa neste ou naquele, a Prefeitura através da sua Secretaria de Desenvolvimento Econômico deveria trabalhar na elaboração de projetos que visam a manutenção de empregos e o crescimento das pequenas e médias empresas. Para quem não sabe são elas as geradoras do maior número de emprego e renda. Muitas vezes suas reivindicações são pequenas e mesmo assim o Poder Público acaba dando as costas. É importante incentivar e trabalhar na vinda de grandes e novas empresas, mas mais urgente que isso é contribuir para a permanência daquelas que estão aqui há um bom tempo e isso não vem sendo feito. É lamentável... direto da redação o liberal