segunda-feira, 25 de junho de 2012

Estreia "Encontro

RIO DE JANEIRO - Desde que se anunciou a saída de Fátima Bernardes do “Jornal Nacional” para comandar um programa solo, todos apostavam no carisma da jornalista para segurar a audiência das manhãs globais. E, com isso, se tornar uma versão tupiniquim da apresentadora americana Oprah Winfrey. No entanto, o que se viu na estreia foi apenas uma versão melhorada de Ana Maria Braga. A expectativa em cima do projeto era enorme. Maior ainda era o desafio de criar um formato diferente da culinária do “Mais Você”, das dicas de saúde do “Bem Estar” e dos telejornais exibidos logo em seguida. Tal meta não foi alcançada pela produção. Com um cenário impressionante, um investimento ímpar na história recente da TV Globo e uma infraestrutura fenomenal, o programa foi bem infeliz na escolha de temas batidos como adoção, primeira viagem de avião e depilação masculina para a estreia. A participação de William Bonner e a equipe do “JN” foi simpática, mas chamou a atenção a ausência de Patrícia Poeta. Se todo mundo chegou cedo, por que a substituta de Fátima no telejornal não estava lá? A participação de Marcos Losekann, correspondente em Londres, serviu apenas para mostrar que todo o jornalismo está à disposição da estrela. A reportagem de Thiago Crespo no Marrocos foi bem mais interessante. Já o “correspondente do público”, o jornalista Lair Rennó, é uma versão sem carisma de Fred Lessa, assistente de Astrid Fontenelle no extinto “Happy Hour”, do GNT. Lília Telles foi bem mais feliz em seus comentários que os humoristas do elenco, como Marcos Veras. Hans Donner voltou a cometer erros na abertura. Sua nova criação lembra muito uma versão antiga da vinheta do “Mais Você”. Aliás, o projeto desenvolvido por Fátima é um sonho antigo de Ana Maria que a Globo nunca a deixou realizar. A desculpa é que não havia espaço na grade. Ainda assim, a audiência ficou três pontos acima da média da “TV Globinho”. Segundo dados previos do Ibope, a atração fez média de 10 pontos, recorde da emissora na faixa de horário desde 2006. Outro fator importante para a emissora carioca foi o terceiro lugar do “Hoje em Dia”, da Record. As crianças órfãs dos desenhos migraram para o SBT, que arrebatou o segundo lugar. No mais, é preciso mexer urgentemente no conteúdo. Faltou pimenta na estreia. Tão preocupada em informar, a produção esqueceu de entreter. O “Encontro” virou uma espécie de “Programa Livre” de meia idade cujo debate não pegou no tranco. Não há duvidas sobre o talento da nova apresentadora. Ela tem tudo para se tornar a nossa Oprah. Mas, para isso, precisa ousar mais. A única novidade do dia foi ver Fátima da cintura para baixo.

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